01 maio 2011

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Não diga nada,
Mesmo porque há nada para dizer,
Até por que todo resto já fora dito,
Será mera repetição,
Pare,
Agora,
Ou nunca mais terá retorno,
O início nunca mais volta,
Se volta é por que você nunca começou,
Pegue um taxi e vá para longe,
Tome mais umas doses,
Somente chore o necessário,
Abra as gavetas e ventile as lembranças,
Encontrarás teu enigma num canto esquecido,
Amarelado, amassado...
Decifra-o,
Ontem mesmo,
Por fim abra os olhos,
E diga algo qualquer,
Mesmo que o silêncio lhe seja plausível,
Gosto de suas histórias,
Seu jeito melodramático de ser,
Sua loucura branda gesticulando pequenos passos de balé,
Siga
Agora,
Longe deste olhado
Vá de encontro com seus fantasmas,
Eles estão sorrindo a lhe esperar,
Ficarei por aqui,
Aqui somente,
Relendo nossos olhares,
Lembrando nossas frases,
Amanhecendo minhas saudades
Nos varais deste tempo incógnito...



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