01 maio 2011



O teu silêncio é luto
O meu silêncio é carnaval
A tua estrada é curva
A minha estrada é reta

Juntos, fizemos um pacto
: Nunca amar:
O mesmo tato

Linda donzela
Que dança na minha frente
Para ti é gótica em marquise
Para mim, vinho tinto em ca-li-ce

Irritantes horas amarguradas
Carregadas pela lua enluarada
Alto da manha, o mesmo dilema
Alto da manha, o outro dia

Teu riso é de parva cidadela
Mas tua fronte, de nobre donzela
Em ti, sua almadiçoada voz me chama
Condema-me com felicidade, bela dama

Tu, que eras bela
A mais linda mulata da Portela
Disse-nos:
Um fado, por favor

Com uma das mãos
O frio, congelante
Com outra das mãos
O calor, penetrante

O que fazer?
O que dizer?
Se essa mouça me faz enlouquecer
Se fico são só de te ver!

Junta-te em um só, e se faz o plasma

Linda negra
Horríveis olhos
Cheiro das mais portentosas gemas...

Tu eres o néctar do diabo
Que beberam os anjos
Em aprovação a Deus
Na festa do Inferno

Baila, gira, rebola
Samba!
E as quatro pernas bambas
Saltavam no ar

É musica que acaba
É ódio que termina
É felicidade que não se consome
É fogaréu enorme na retina

Pra onde vais?
Pra onde?

Vou ficar só
Contemplando o horizonte...
( Talvez a mulata vá lá, mas sei não
Ela só sabe mesmo é sambar...)


Nenhum comentário: