01 maio 2011

Endireito



Cansado de mim
me encantam ainda
teus olhos rosas
de jasmim.
Jaz Mim...pensei, bucólico,
ao meio, aterrorizado.
Refleti. Calculei. Dormi.
Não havia mais maçãs na geladeira.
Não havia potros pardos na pradaria.
Não havia
poltronas estofadas
na estação
ferroviária
dos caminhos
da alma
de um pequeno libriano.
Todos os astros
acesos,
Onde estão teus cadarços,
teu tênis sujo de lama,
teu pesar tristonho? Além?
Cada qual nos cala um tempo,
o tempo do pulsar do ponteiro
de um relógio de muito manuseio.
Nem grito, nem peço, nem faço,
degluto.
Roem-me os silvos
do jardim. Defronte há uma ponte:
Cerãmicas, mármore, vidraçarias.
O ventre seco do rio.
A poeira, agora, vermelha. O céu lilás.
O betume do cativeiro. Os elos
da corrente. O sangue do virgem,
a pobre risada do sem-sal.
Divago, flutuo, me acabo.
Não há troco nesta caixa vazia.


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