05 junho 2010

Sepulcro


Sobre meu corpo macilento,

sobre os escombros de meus ossos
desolados,
sobre meus sonhos amargos,
meus pulmões,
sobre as vísceras,
joguem terra!

Sobre o orgulho acalentado,
sobre meu ego,
meu intestino delgado,
sobre a íris e a hipófise,
minhas rimas,
meus versos e reversos,
joguem terra!

Sobre o riso que não dei,
sobre a fome,
mãe do esquálido.
Sobre o amor natimorto,
sobre o morto,
joguem terra!

Sobre as moedas
que acumulei,
sobre os cofres e os segredos,
sobre células e glândulas,
sobre as têmporas,
joguem terra,
joguem terra!
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Eu quero ter aquele que amo
Deitado na cama
Com a mão no meu peito
Sua mente na minha
Meu por inteiro
Um mundo inteiro!
O bem do corpo em paz!

Eu quero ter este que amo
Deitado na cama
Em cima de mim
Sua lingua na minha
Seu sexo no meu
Meu por inteiro
A noite inteira!
Meu, tua, nosso, teu, tu...
O bom e o bem do corpo em paz!

A Poesia.



É incrivel como a poesia,
esta amiga incontestável,
a que vem em horas mortas,
tardias,
nos embala, nos conforta
e fica conosco,
serena ou ríspida,
contemplativa,
não importa,
exercendo toda a sutil cumplicidade
de uma dama de companhia.
Do que nos dita a alma,
declama.
Do que sentimos,
compactua.
Do que morremos,
vai conosco,
nos acompanha,
em mesma barca, mesma hora,
mesmo dia.

Felicidade, Sentimento Imponente

Começo dizendo que tudo que fui, que sou, e que um dia serei, basta saber uma coisa, haverá felicidade sempre, por que essa necessidade constante de ser feliz?
É obrigação, vaidade, é uma doença que invade o ser, desde a infância quando ainda começa a dar os primeiros passos em direção aos primeiros brinquedos, indo de encontro às primeiras pessoas, querendo ser feliz, arrumar distração. Se todos olharem para trás irão perceber que foi assim, e se seguirá assim eternamente, enquanto vivermos, uma procura por um sentimento que nem ao menos é palpável, mas que é maravilhoso e recompensável.
É de dentro para fora e de fora para dentro, é redundante, é uma metáfora ou pode não ser, não importa, o que vale é sentir. De tudo que temos de melhor, é ela o melhor, de nada vale o amor se não houver a felicidade, ela é dona de todos os sentimentos, dona de todas as riquezas, da ignorância a cultura, do pobre ao rico, do mais velho ao mais novo, nem todos nós somos capazes de amar, mas todo ser vivo é capaz de ser feliz!
Até para morrer queremos morrer felizes