15 agosto 2011

Só mais uma coisa



Procuro um tempo mais belo
Sem desvios e maus pensamentos
Além de régua na felicidade

Escritos nos desenhos que formam as estrelas
Vi seus olhos belos, imponentes
Sorriso franco e puro.

Vi também a aflição, moribunda e vadia
Morrer sem velório ou enterro, sem desespero e futuro
Sem carpideira, sem fronteira ou muro.

Muito aquém ou além de qualquer coisa
Aliança no dedo e coração
Fez-me melhor, lhe fez consenso
Vi amor verdadeiro, respeito e viço
!


14 agosto 2011

Acesso da Fantasia



Milhões de vozes me chamam
Atrozes escritores que banham
Terror e beleza de sonhos! Mensageiro nas portas
Comporto a inspiração derradeira

Tu és a única, esperança do divino
Fazes soltar tintas em papéis
Mas me engano ao pensar que perecerás
Pois sempre precede o silêncio da balbúrdia dos sinos!

Portas que tu abres chaves que nunca perdes
No engodo do fracassado, tu renovas, acordas a cada letra
Fazendo valer o som das trombetas
Trazendo harmonia as flautas que ergues. 


"É preciso saber viver" Erasmo Carlos



Você foi embora
Não sei se para sempre
Ou só um tempo em Pasárgada
Deixou uma sacola de roupas sujas
Meias calças no varal
E minhas lágrimas, molhadas,
Suaram no meu corpo febril
Enquanto via na lua amargurada
O reflexo poético que mingua a minha vida em quartetos sem um único som
Que me fazia esquecer: os seus braços, a sua pele, o seu licor

O coração para:
De repente tudo aquilo repentino
Fecho os olhos
E me imagino: Há tantas coisas a mais
A se imaginar!

Casar, projetos, sonhos
Todos em maderite
Todos precisando não de reboque
Não de tinta
Mas de alicerce
Argamassa, e pronto

Dane-se o acabamento
Gasta-se menos dor, e mais cimentos
Pois o dia é cinzento
E nossa arte
Brota de qualquer tipo de cor

O coração para:
Há um poema depois do outro poema
Que diz: "A luta contra os sonhos
Começa na lucidez
A luta contra o pesadelo
Acaba em luzífer
Sou uma mente que adormece
Outra que quer viver
Minha alma em letargia
E não há asia que faça
Esse calor, gelo
Ou plasma
Me queimar, derreter
Ou pairar sobre o etéreo"
Sou aéreo!
Luto contra minha sobrevivência
Sim, é o que você ouviu!
Até a quem no mundo eu boto
E é filho do meu mais íntimo
Eu digo: Me saboto! Me saboto!
Sou ínfimo...

Infinito, quarks, ânions
Laisers de Plutão
Na periferia do universo
Sinto nem frio, nem calor
Que dizem ser valioso, ou retrocesso

Sou idéias no ar
Sou rua depois da outra rua
Agora que elas viraram outro mundo
E talvez no futuro
Eu viva num graffite
Num quadro moderno
Os realistas comeram meu cérebro
Vomitarei São Paulo
Todas as suas vielas, becos, e ladeiras
Não, não...
Vou deixar São Paulo em paz
Pois não há maior tristeza para uma pólis
Do que se ver cosmo, mas não ser paulistana, politana, política!

Você foi embora assim de repente
Da minha vida
E eu já tava com tudo isso engasgado:
- Cadê você rua proibida, que os ricos também pixam
E os pobres dão risada não só deles
Como desse mundo engraçado
Que gira, feito bola.


13 agosto 2011

Meus punhos estão abertos. Minha cabeça fechada



Quero que você me conheça
Pelo menos uma frase de toda a minha poesia
Pois a minha prosa biotônico fontora
Não agrada a ninguém

Não quero também que se amacies
Com esses versinhos tristes
Que se parecem lhe dados
Como presentes por me aturares

Quero o contrário
Ser um empecilho traumático
Porém lírico, discreto
Muito menos burocrático

Fugir da dor
De ser um dois na vida
Fazer jogo com o número que me deram no RG
E ganhar uma fortuna na loteria da vida

Não sei ser O Cara
Mas eu conheço muito bem o que é ser
Cara Nenhum
Mas nem por isso jogo: cara ou coroa, cara ou coroa

Não escolhe meu futuro na sorte
Pois dou um azar de morte
Sou só
Isso até me conSola

No meio de tantas pessoas
No mais, tantas idéias
Sou eu mais amigo delas
Que me vem no fim da tarde, nunca me deixam sem um questionamento

Chego a sentir raiva
Dor
Muito carinho
Talvez não somente ao tédio

Não há remédio para mim
Os meios sociais já diziam
És um hipócrita
Patrocina empresas inexistentes!
Que tem déficit abaixo do decrescente!
Talvez tenham uma bunker
Um call center, no reino do nada!
E você vem de madrugada
Me dizer essas coisas...

- Sou anti populista
Não por querer ser sozinho
Mas por ser multidão
E a multidão ser toda uma só...

Não achei o pedestal que falaram que iam trazer
No dia em que os deuses
Ouviriam os nossos suplícios
Os nossos martírios

Fiquei de fora da corte da humanidade
O corte que me deram foi profundo
Prático
Sem vontade

Pedras me dizem que eu saia do meio do caminho
Mas enquanto os obstáculos
As pessoas
Tudo o mais

- Me provocar-

Vou ser sim uma vez
Mesmo que abobada
Feia,
E rouca

A falar

Mesmo que eu não acredite no que eu diga
Não importa
A verdade nunca esteve tão longe

E tão perto.


12 agosto 2011

Curriculum Poético

Começo pelo modo mais fácil
Entrego o meu ser por inteiro
Espero uma solução instável
Busco o dito amor verdadeiro.


Nunca fui exigente demais
Também não sou perfeccionista
Visto a camisa da paz
Não vivo a vida seguindo uma lista.


Não traio e não suporto traição
Atraio para mim uma forte energia
Dispenso qualquer tipo de apresentação
No sexo faço a dois a minha orgia.


Amo a natureza em geral
O mar, sol, lua o sul e o norte
Penso que recíproca é uma coisa normal
Não temo, nem subestimo a morte.


Dinheiro para mim não é tudo
Contudo, tê-lo não faz mal a ninguém
Grandeza muitas vezes é absurdo
Humildade sempre receberá nota cem.


Não sou nenhum vegetariano
Amo um bom filé mignon
Faço aniversário todo ano
Não minto minha idade em vão.


Não me importo com cor, religião ou time
Sou uma pessoa fácil de conviver
Não me chateio se falam que meus versos não rimam
Mas fico triste se a pessoa não ler.