30 novembro 2009

Só um lembrete do Quintana ...

'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê,
perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo
que infelizmente não voltará mais.'
Mário Quintana


08 novembro 2009

Caravanas



O vento sopra na estrada
Ouve-se passos
Algo oscila
Passam-se as caravanas

O vento sopra na estrada
Ouve-se passos
Algo oscila
Passam-se as caravanas

O vento sopra na estrada
Ouve-se passos
Algo oscila
Passam-se as caravanas

O vento sopra na estrada
Ouve-se passos
Algo oscila
Passa-se enfim todo o ser humano

Afectos"




Assim pouco a pouco
Cai a distância como bruma
Espessa e quente
Nos frágeis fios da teia dos afectos...
Qual estranha espuma dissolvente,
Parte um, depois outro,
Até que o nada se instala sem aviso!
Logo falamos estranhos línguas,que não o mirandês
Palavras soltas como gumes escondidos...
Fechada que é a alma,
Selados os sentidos...


"CANTICO DO AMOR AUSENTE"



Como as cordas do meu violino sem música
vibras em todas as aldeias do meu sangue
onde tudo começa e onde tudo acaba
e tu, ainda circulas como um barco
por vezes sem rumo e sem vela

Te fizeste raíz e tronco
na terra árida por alvorecer
onde semeaste rosas,
girassóis e verdes Eras
e na alta chaminé
ateaste o lume e o fumo
duma fogueira ardente
de primaveras
que o Outono teima
em fazer acontecer.

Quisera recuperar o fogo
e as alegrias de outros momentos
e de novo te esperar na janela
que em Junho se abria de par em par
para contigo sonhar as fantasias
que como um jogo
sempre tinhas para contar

Quisera recuperar todas as notas
desse meu violino esquecido
a emoção e o Hino da Alegria

como celebração de nosso destino
.

x




Quando o dia não for mais dia,
E a flor que desabrochara na manhã,
Deixar cair suas pétalas ao vento,
E aquela gente toda apressada,
Na fila do trem lotado,
Naufragar nos bares obscuros,
E o sino que feliz anunciava
O raiar de mais um dia,
Estiver enfim adormecido,
Nesta hora por certo ainda estarei,
Pela janela de meu quarto sozinho,
Na espreita a esperar,
O despontar de teus passos miúdos,
Surgindo no silêncio dos horizontes,
Num andar sem pressa de chegar,
Sorrindo teus destinos indecifráveis,
Acenando-me num gesto quase despercebido do olhar,
Despertando o sabor de antigas paixões,
Esquecidas no musgo do cotidiano,
Fazendo-me crer ainda que tarde,
No sentido belo daqueles sonhos de criança,
Quando acreditava em amores e magia,
Quando sorria pequenos risos de viver...

Caixa de Sentimentos




No vazio do meu ser
Minha alma padece
Agonia, solidão
Desprezo, satisfação
Um individuo solitário
Ostracismo de um coração
Guardo toda minha mágoa
Guardo o nada, guardo o vão
O vazio do saber
Passo tudo para a vida
Meus segredo mais secretos
Escondidos a sete chaves
Indigestos e indiscretos

Tenho Fé




Tenho fé no futuro
Tenho fé no presente
Mas não tive no passado
Incoerente!

Saudade do que fui
Saudade de quem partiu
Saudades de quem me viu
Saudades do que até serei
Loucura

Mas tenho fé no futuro
Nesse mais próximo
Nesse mais duro
Nesse mais lógico

07 novembro 2009

DE TUDO QUE PENSO




Faz-se poesia
da alma
algodão doce, criação
Esperança de letras que caem do céu da imaginação
a mais pura arte, pura magia, suor das tintas
emoção escrita que não tem momento
Só tem sentimento
nunca tem máscara a não ser que o poeta queira
Absoluta certeza, ou não
Uma calibragem de amor e ódio
Passos largos, passos longos
Dizer "te amo" é fácil
Escrever "te amo" é quase impossível
não caberia em mil resmas
mas mesmo assim tentarei.

01 novembro 2009

Silêncio




E no silêncio
Ouvi meus pensamentos
Como se não tivessem fim

E do silêncio
Apenas restou a mim
Como partes tuas aqui dentro

E na ausência de tudo
Eu encontrei o perfeito
Visto não haver defeito
Como lembro-te igual agora

E ao ouvir voz e mudo
Tua voz sussura sorrindo
Pouco a tanto se esvaindo
Como fosse de dentro a fora
81 CP PP