22 junho 2011
POEMA INTERMITENTE
Tuas caladas mãos
desenham gritos
infinitos nas crateras
da minha existência
Não acenam, nem acariciam
a dor desta saudade
Sinto o furor
de uma angústia surda
por não poder libertar
a rasgada espuma dos ventos
sobre meu corpo de náufraga.
Meu trono é de solidão
e de incerteza
ainda que a leveza desta mágoa
seja como a água
que indelévelmente
separa o cordão umbilical
do sémen da esperança
que teima em nos habitar.
E
nem as palavras
seguram mais o dique
impetuoso
do dia a dia
do nosso querer
pleno de intermitências
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