22 junho 2011

Noites Adamantinas



Olhos me vigiavam todas as noites,
Flutuando dentro de um rosto jovem e inquieto.
Perfil esculpido de ritos e lumes,
Sufocado de pequenas palavras e lágrimas fugidias,
Respirava um ar petrificado de homem que espera.

O templo de trevas e dentes
Sacudia suas muralhas de pedras verdes.
Uma argila densa e estruturada o encobria.
O vaso do esquecimento prendia o seu corpo
No fundo da noite com as mãos atadas por cipós.

Procurei por muito tempo esse homem
Que me entoara o canto lunar, e falava da
Luz planetária que pairava sob minha cabeça.
Cobriu-me muitas noites com o manto tecido
Por anéis de fumaça dos sonhos.

Trazia na boca as palavras dos adivinhos
E dizia que em meu corpo o amor cabia inteiro.
Lentamente desenhava, com sangue e terra,
Poemas sobre um lugar de cores e música,
Fazendo nossas vidas se estamparem
De pirilampos e noites adamantinas.


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