Ouça a minha voz
Que te fala com brandura.
Leve-a contigo,
No coração e na boca.
Fale por mim quando
Estiveres com os teus.
Diga com a minha voz
Sobre a distância dos caminhos,
E do silêncio que mora
Na alma das coisas.
Fale sobre os minutos
E o indecifrável tempo.
Diga que a solidão é líquida,
E preenche um oceano.
Fale dos raios e dos trovões,
Que açoitam como um chicote
O céu tenebroso e sombrio.
Sobre os negros insetos
Que adivinham o sangue
Nos corpos distraídos.
Que não resta mais nada
Sobre o céu.
Que só ficou um pó agonizante
Espalhado pelo vento.
Que o sabor amargo da vida
Deslizou para o centro de um corpo,
E que olhos viram
Dois seres perdidos, sem direção.
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