02 abril 2011

O Arco



Vem e solta meu coração de tuas mãos.
Gota a gota perco lágrimas de rubi.
Orienta-me nessa desordem de dor. 

Deixa que me disparem 
De todos os pontos do arco do flecheiro
E voe na cadência dos ventos. 

Quero ser a primeira a chegar
Onde o sol levanta.
Erguer teu estandarte
No dorso da terra úmida e verdejante.

Dá-me teu sonho
Para eu encher as jarras de prata
E me acalmar em minha aflição. 

Ordena-me um lugar 
Sem mistério, 
Que caiba sua luz. 

Fale-me suas palavras devoradoras.
Dobra-me em teus joelhos de ferro. 
Meu coração há de parar 
Quando tu parares 
Tua flecha de seta cintilante no ar. 

Meus pés criarão raízes ao teu redor,
Porque já faço parte da pele que te cobre. 

Agora te envolvo com um manto de sono 
E sopro uma leve brisa
Para que te aconchegues a mim 
Penetrando o meu tecido.



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