17 abril 2011



Eu queria uma alma livre
Uma alma que nunca vi
Uma alma que cresceu comigo e que viveu desde pequenininha
Nessas esquinas que não consigo mais ver
Mas sei que ainda existe
Está logo ali

Queria uma alma pura
Uma alma que não tivesse mais cicatrizes
E que nem o passado
Fosse capaz de mudá-la
E nem o futuro
Capaz de impedi-la

Coisas que o presente não imperializa
O presente nem justifica
Queria uma alma que simplesmente
Tivesse lá
E quando falasse para as estrelas
Ela respondesse
- Obrigado. Obrigada!

Queria uma alma lavada
Mas antes de tudo
Límpida
Viva
Mágica
E cristalina

Uma alma que desconhece os vícios
Uma alma que desconhece o stress
Uma alma que desconhece a humanidade
Uma alma que desconhece os tratados
Uma alma que desconhecesse o amor

Queria uma alma cheia de tédio
Cheia de vida...

Queria uma alma sem prédios
Hall de entrada da grande empresa de minhas retinas!

Queria uma alma sem sentido
Uma coisa errante
Que se confunde, delirante
Com o firmamento, e com a areia dos vasos

Queria uma alma prolífera
Que se reproduzisse tal como samambaias
Queria uma alma curta, uma alma vaga, uma alma sã

Queria uma alma que há tempos foi minha
E que alma
Não se escapa por entre os dedos...Nunca


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