07 agosto 2009

Tempo transpassado



Minha água escoa,
Sonolentamente,
Por um ralo de vidro,
Roçando seus sedimentos
Enquanto o tinge suave
Pelas lambidas mornas do tempo

A água que foi,
Foi-se.
Posso apenas observá-la
Através da camada vítrea no chão

Mas não serão as mesmas águas
O vidro terá novas cores
Outros tons...

Algo que foi passado
Mas agora é outro presente

Caem em cascata,
Guiadas por brisas úmidas,
Novas gotas
Com as quais pincelarei
Meu poço de histórias
Lembranças talvez...
- Se os sentimentos ainda fossem os mesmos


Augusto

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