29 agosto 2009

Dois lados da esquina **






Até a esquina eu te levei
E foi lá que te deixei
Boba, apaixonada, febril

Mil beijos beijados
Naquela esquina, estalados
Se enlaçaram humanos aconchegados

Eu olhava o que estava por vir
Sabia o que viera antes
A união de pernas, de braços...

Você tinha uma ingenuidade quase infantil
Como não querer algo assim?
Pois me dava raiva...

Pois como! Como, meu deus, roubar algo
Trocar carícias
Se o mundo me pertence
E se o amor descontrói certos tipos de liberdade...

Pois como! Como, meu deus, desejar fortemente
Unicamente por isto
Sua cara de malícia
Que nem sabe o que é malícia...

Contentei-me com um café que tinha lá do lado
Comprei um capuccino expresso
Paguei, fui embora
Como um beijo no rosto e uma piscadinha me despedi
ELa sorriu e nem percebeu...

Naquela esquina
Aonde tantas gurias já tiveram em seus braços
Quantas disseram: Ah, se amar é isso! Então eu te amo mais da conta!
Ah, gostar! Gostar!

Comunhão de corpos indo de encontro a
E se perdendo na escuridão das ruas...

Lembrei de batizar o capuccino
E de ter muita dor de barriga a noite...
Só assim não pensaria em ti

Sim, eu estava literalmente cagando para o amor
E você de noite penteando os lindos cachos louros...

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