
Certa tarde vasculhando gavetas
empoeiradas
encontrei tua foto amarelada e sadia.
Olhamo-nos distantes.
Éramos outros seres e os amores saciados.
Aflito até certo ponto
com tua imobilidade
estremeci atônito,
Mas te deixei comigo,
entre a mão e o coração.
Tive coragem durante a borrasca,
Sorrias.
Era um tempo de bobagens e estávamos perto
de uma ponte,
faríamos a travessia entre nuvens sonhadas
e desgostos azuis.
Fechei suavemente a gaveta que rangia.
Meus ossos rangiam, meu ser.
Sentei-me na poltrona calada do quarto tardio,
nenhuma luz e o pequeno gato pardo
olhava em meus olhos.
Miava por pão.
Um livro entreaberto costurava sentenças.
Um ser de outro mundo soprou em meu ouvido
aturdido
pedindo licença.
Cobrindo a cabeça da ponte
eu fui
em minha memória de traças,
bebendo da água da fonte
que jorra e que para,
estagnando diante da única lareira,
Cobri-me.
Era tarde, então.
Silenciosos estavam os relógios da sala.
empoeiradas
encontrei tua foto amarelada e sadia.
Olhamo-nos distantes.
Éramos outros seres e os amores saciados.
Aflito até certo ponto
com tua imobilidade
estremeci atônito,
Mas te deixei comigo,
entre a mão e o coração.
Tive coragem durante a borrasca,
Sorrias.
Era um tempo de bobagens e estávamos perto
de uma ponte,
faríamos a travessia entre nuvens sonhadas
e desgostos azuis.
Fechei suavemente a gaveta que rangia.
Meus ossos rangiam, meu ser.
Sentei-me na poltrona calada do quarto tardio,
nenhuma luz e o pequeno gato pardo
olhava em meus olhos.
Miava por pão.
Um livro entreaberto costurava sentenças.
Um ser de outro mundo soprou em meu ouvido
aturdido
pedindo licença.
Cobrindo a cabeça da ponte
eu fui
em minha memória de traças,
bebendo da água da fonte
que jorra e que para,
estagnando diante da única lareira,
Cobri-me.
Era tarde, então.
Silenciosos estavam os relógios da sala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário