09 agosto 2009







Não me diga mais suas verdades plenas,
Já não suporto mais o peso de tuas palavras,
Preciso respirar, pare o carro, pare tudo...
Duas crianças brincavam na varanda,
Inocentemente com suas bonecas coloridas,
Por vezes reprimiam as bonecas,
E sorriam com olhares cúmplices...
Você não percebe que o céu escureceu,
E já não sabemos mais onde pisar,
Cadê a luz do sol daquele verão apaixonado?
Por onde estão as folhas do nosso outono
De tantos encontros casuais?
O inverno chegara...
O vento frio varria os becos,
No canto, largadas, esquecidas, as bonecas...
Uma estava sem os braços...
A outra repetia a gravação: mamãe, mamãe...
Até que a morte nos separe, na tristeza, na alegria...
Há há há...
Não me venha com hipocrisias,
Você tem por ai uma dose de ilusão barata?
Meu amor eu não tenho mais nada,
Nem trocados possuo,
Você me tirou tudo,
Até meus sonhos você se apropriou...
As crianças dormiam em leito esplêndido,
Na sala vazia alguns papéis espalhados,
Estavam amarelados pelo tempo,
Continham inícios de poesias...
Em todos a palavra amor aparecia...
Amor, amor, amor...

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