02 agosto 2009

E quem ganha afinal ?


Em todas as esquinas
Existem vencedores e perdedores
E aquelas que pegaram o bonde
E aqueles que o deixaram passar por estarem chorando

Em cada rua tosca
Há essas pessoas que ganham da gente
E que perdem da gente
Nessa luta incessante
De ser ou não ser por qualquer coisa

Em cada fábrica
Há aqueles que estagnaram na linha de produção
Que na hora de por as tampas nos copos
Pensaram na beleza dos copos
Ou como é subjetivo esse negócio de tampa
De passar ou não passar o ar

Em cada briga por balas
Por ideias, por pessoas
Há aquelas pessoas que não quiseram brigar
E perderam
E aquelas que foram até o fim
E mesmo perdendo
Não se acham como tal
Pois perder é tão subjetivo
Fomos até o final ou não pomos os fins nos meios...

Em cada rachadura de sua face
Por cortes e cicatrizes
Estavam as suas unhas na minha pele
A sua emoção
A sua raiva
A sua decepção ante o mundo
O nosso porre das emoções que nos fazem ganhar
E perder e ganhar
Ganhar ou perder nesse não vasto mundo
Tão vasto

Já passamos do ponto disto
E voamos para as estrelas e voltamos
E dissemos loucuras para um astronauta
E visitamos o sideral de seus olhos
Encostados nos meus
Numa noite em que nunca me esqueço
Mais que vivo a querer esquecer
Que nunca me esqueço

Fomos a outro nível
Invadimos cidades
Distribuimos panfletos
Brigamos e perdemos
Amamos quase sem querer
E quase sem querer se foi
E deixou uns rastros
De vitórias e derrotas
De vencedores com suas batatas
E perdedores com suas armas de ferro

Tudo que as pessoas disseram
E continuam dizendo
E a humanidade se repete incessantemente
Nos causa tédio

Ganham ou perdem
Prosperam na inercia de querer mais
Ou morrem na inércia de ter pouco e querer mais ainda
Se adivinham em lugares que não há
E vivem num eterno retorno ao que nunca foram

Não
A esses dias
Vencemos e perdemos
E nos importamos tanto
Mas tanto com o mundo
Que perdemos dele
E vencemos com a mesma moeda
E da vitória
Não nos importamos
Deixamos pra lá...



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