16 agosto 2009

Lembrança de viver




Às vezes,
É preciso fechar os olhos
E sentir o ar, mesmo que poluído
Inundar nossos pulmões

O sangue, mesmo que infectado
Deslizar por nossas veias
Durante o corpo todo

As lágrimas, mesmo que dolorosas
Consolarem a pele com mimos
Cócegas e arrepios gelados

A comida, mesmo que asquerosa
Descer pela garganta
E garantir mais alguns dias de vida

O coração bater
O cérebro sentir
O corpo fluir
Como uma sinfonia de máquinas

E tudo sem perguntas
Sem rodeios
Sem desperdícios...

Às vezes,
É preciso procurar por nós mesmos
E juntar forças
Para nos lembrarmos que ainda estamos aqui
Carregando caminhos únicos
E um punhado de células
Que não serão mais nossas amanhã...



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