29 agosto 2009





Possuo um olhar,
Que vê o belo,
No horizonte podre,
Que o mundo se fez...
O outrora já não existe mais,
Pequenos fragmentos talvez,
Somos modernos, tecnológicos,
É a era dos chips, da minúscula memória,
Que cabe um universo todo,
A engrenagem enfim está no comando,
Você existe somente num programa,
Perdemos o glamour da pele...
Sucumbimos a nossa própria esperteza,
Somos meros marionetes do sistema,
Frio gelado insensível,
Todos se conhecem mas nunca se viram,
Mando-te flores pelo computador,
Posso ser tudo, mesmo sendo um mero nada,
Digo-lhe palavras bonitas copiadas,
Sorrimos bestialmente para uma imagem apática,
Nossos sonhos viraram imagens virtuais,
Saudades dos tempos das cartas,
Do olhar quase despercebido de sua chegada,
Das caminhadas pela avenida no pôr do sol,
Das pegadas na areia ao luar,
De conversar em silêncio,
De sorrir o viver...

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