19 fevereiro 2011

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Deixo-me...
Talvez nem tenha
Chegado a mim,
Ou a qualquer outro,
Sentido, sujeito, coisa...
Cadê meu eu?
Que não encontro num riso mais,
Não percebo numa fragrância qualquer...
Por onde vou..
Se os horizontes são tardios,
E os amores silenciaram?
O indecifrável ronda meus passos,
Calejados de andar por lugares nenhuns,
Então me vou...
Por onde vim,
Tão perto de mim...
Tão longe de você...
Diga-me...
Teus risos ainda florescem ao amanhecer?
Lembro-me assim de você...
Na distância nua de seus passados,
Na percepção crua das manhãs...
Ainda estás por ai?
Naquele dia eu já não estava mais por lá,
Havia saído de mim,
Deixei-me...
Fui encontrá-la em lugar nenhum...


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