20 fevereiro 2011

.

Passados os tempos,
Restava-lhe na boca o gosto
Amargo da despedida...
Alguns cães perambulavam
Pelas lanchonetes,
No bolso pequenos rabiscos,
Frases náufragas que escrevemos
Ao sabor das doses,
Entre beijos e afagos,
Pessoas se aglomerando em clichês sujos,
Embarcando nos últimos trens,
Despedidas encontros desencontros lágrimas perdidas...
Talvez retornasse talvez nem chegasse a partir,
Sonhos da saudade sentida na véspera,
Não vá, fique...
A súplica ecoava pelos corredores vazios da madrugada,
Somente alguns mendigos dormiam sob os bafos úmidos dos exaustores,
Mas nos primeiros respiros do sol partiste,
Ainda fiquei lhe vendo pela janela...
Momentos afloraram a lembrança,
Como num filme antigo você acenava e mandava beijos,
Sentei num banco enquanto o trem sumia na neblina,
Nunca mais a vi...
Guardo no bolso as frases daquele dia...
"juntos em passos seguimos sem olhar o passado..."
"você é meu anjo, e nunca existira a palavra adeus..."
Lia relia...o trem das seis já partia...



Nenhum comentário: