11 julho 2011

A Minha Voz


Ouça a minha voz
Que te fala com brandura.
Leva-a contigo,
No coração e na boca.

Fala por mim quando
Estiveres com os teus.
Dize com a minha voz,
Sobre a distância dos caminhos,
E sobre o silêncio que mora
Na alma das coisas.

Fala sobre os minutos
E o indecifrável tempo.
Dize que a solidão é líquida
E preenche um oceano.

Fala dos raios e dos trovões
Que açoitam como um chicote
O céu tenebroso e sombrio.

Sobre os negros insetos
Que adivinham o sangue
Nos corpos distraídos.

Que não resta mais nada
Sobre o céu.
Que só ficou um pó agonizante
Espalhado pelo vento.

Que o sabor amargo da vida
Deslizou para o centro de um corpo,
E que olhos viram
Dois seres perdidos, sem direção.


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