10 julho 2011

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Quando estou assim em branco
Feito a página do livro que alguém
Esqueceu de escrever,
Um longo deserto se forma,
E o lago e seus peixes somem da paisagem,
O poeta então fica por ali,
Na esperança do amanhecer de qualquer palavra,
A preencher o vazio do horizonte,
Talvez surja algo no percorrer das lembranças,
Algum momento ou esboço que lhe faça sorrir,
Mas os caminhos perdem-se por ruas desconhecidas,
Lugares bêbados, pessoas esquisitas,
E a página permanece nua, sem rabiscos, sem cor...
Uma imensa e infinita parede sem tijolos...
Talvez escrevesse sobre seus amores,
Não lembrava mais de nenhum,
Vez por outra derramava uma lágrima,
Era uma despedida, a tarde caia e o trem partia,
Ficava até ver o trem sumindo no horizonte...
Não chorou naquela vez,
Guardou a lágrima para um retorno talvez,
Ou para preencher a página vazia...


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