Se eu pudesse escolher o caminho,
Seria a medida de nossas mensagens.
Salamandras evocadas do centro da Terra
Viriam contar as tuas palavras encrespadas,
Se desintegrando pelo espaço
Numa atmosfera surreal.
Eu descobria lentamente o poder do choro,
Os olhos sendo arrancados e jogados
Num abismo de sal e esquecimento.
Eu iria até onde a atração dos corpos
Tem o poder atômico, e invocaria
Os deuses obscuros para te trazer.
Ergueria a mesma taça palpitante de sonhos,
E pediria teu retorno ao rito mágico
No centro de meu corpo.
A ronda das noites seria para deixar
O meu leito coberto de assombros,
E depois me acender com tuas mãos.
Mas ainda tenho uma rajada de evocações fúnebres,
E tua ausência falando de impossibilidades dolorosas.
Mesmo assim, atravessaria todo o deserto
Pronunciando palavras sacramentais de busca.
Entraria nas regiões agonizantes,
Para ter de novo o esplendor de tuas palavras doces,
A tua ternura errante que flutua,
E flores brancas de perfume.
20 março 2011
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