20 março 2011

A árvore dos corvos
Caspar  David Friedrich

Nas mangas das suas camisas
Tão frio e gelado nosso dia
Descobri uma leve harmonia
Que há tempos não sentia

Foi quase que de repente
A gente mal se sentia, a gente
Passeava passos livremente
Com doces pérolas entrecortadas aonde já não sabiamos

O café tava quente
Nosso dia, nossos corpos
Frios!

E nos abraçávamos!
E nos queimávamos!
Se em carvões antigos ascendendo máquinas peritas
Nós éramos corpos esquecidos
Com chamas imensas
Que fazia tempo
Muito tempo
Esperávamos alguém para simplesmente
Queimar e queimar
Nesse frio de outono
Que ocorre em todos os marços de minha retina

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