20 março 2011

As vezes eu sinto o badalar dos sinos
Como se fossem soluços
Antes do findar do sol vêm
Antes que eu reze e diga: amém

São astros pequeninos
Que invadem com a sua ressonância
Um grossa camada de inconstância
Deixando-me sempre tão altivo

Hoje sinto melhor
Esse soar taciturno
De tantas horas diurno
Que invadia quartos cheios de imagens

Lá dentro

Quantas fotos tuas
Quantas fotos nossas
Promessas feitas e tantas sutis desfeitas
Em um peito de aço que ressoa longe

Uma outra vez dizia aos meus anjos
Que pudessem cantar uma vez os arcanjos
Glórias tão antigas
Como essas duras e tão doces batidas

Eles me entregaram um amor
Algo cheio de bandaids
Feito, refeito
Soado, suado, dissonante, soante, suante

Fiquei tão feliz
Abri os braços, como o fiz!
E num toque sutil
Tu badalaste as manhãs e noites que nunca quiz...

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