18 setembro 2010

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As tristezas virando arte
Uma arte nas ruas
Pixação de bocas
Narizes de palhaços pretos

Tudo o que os olhos vêem
A rua lotada
Não há nenhum perigo
Já não há mais tanta coisa pra pensar

O que fazer com isso?
O que fazer com tudo?

A boca fica impassivel
Gente passa de toda a parte
Mulheres andando nas calçadas e nuas
Nossas vozes de não gritar roucas

O que mais disso tem
Os postes da grande cidade desarrumada
Há tanta gente passando, eu digo
Há já agora muitas mais coisas para se pensar

O que fazer com isso?
O que fazer com tudo?

Dúvida inconsolável
Quando quedas num quarto para morrer
Já contesta a sua cidade
As suas pessoas

Partido indissolúvel
No mais de tudo ruim e de sofrer
Aprende com laços de amizades
A respirar, continuar sujeito mesmo que triste e que nunca perdoa

Incontrolável
Foge pelas mãos
Nessa manha tão cinza
Noção de qualquer coisa

Perdidos nesse universo palpável
Nem os deuses são mais sãos
Ele com a vontade tão distinta
Esquece a cidade, esquece as pessoas
Se concentra em algo que não rima...

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