02 dezembro 2010

Imagens d'águas



Esses meus latifúndios invernais
que se dissolvem e flutuam
como vapor d'água
de panela de pressão,
indefiníveis por vezes,
claríssimos por outras,
estridentes sempre,
nunca são iguais.

São como o jorro
da água verde
que se joga fora.

Esses meus atritos cerebrais
que não se aquietam e rompem
como raios noturnos
todos os orifícios da mente,
impossibilitados por vezes,
imponentes por outras,
estrondosos sempre,
nunca são iguais.

São como a água corrente
serpenteando a serra,
furiosa,
descansando no mar.
Viram nuvens, orvalho, cascatas.
São mapas,
mosaicos
prá quem sabe enxergar.


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