20 novembro 2010

Lembrança


Deste tudo que me lembro,
Você é quem está
Na vigília dos dias
Em que tremi.


As margens cobiçadas
Do meu leito,
Os lençóis que voavam
Pelo quarto
E o caminho da boca
Que se multiplicava
Saltando na sua sede.


Por trás dessas lembranças,
Ouço o farfalhar
De um corpo que se dobrava
Desvairado, sem sombras
Da solidão dos dias.


Saltei no abismo
Encontrando teus braços
Que me mostraram
Caminhos e cavernas quentes.
E no fundo de um leito,
Um lado a lado
De nós dois sonhando.


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