20 novembro 2010

Crepúsculos



Vamos tocar essas cordas tensas de sangue.
Arbusto vivo queimando o momento.
Lava de pedra incandescente,
Recriada entre os risos das ondas.


Bocas que ardem mordidas,
Dedos presos, inacessíveis ao toque.
Gritos de espanto
Imaginando a melodias cadenciada
E o ritmo escarlate do coração arrítmico
Batendo dentro do ventre.


Espírito navegante,
Agitando-se alucinado num barco frágil,
Dentro de um mar viscoso.


Somos resina líquida
Empoçada entre as coxas.
A alegria brota em cascata
Pelos vãos da noite.


Bebo sua voz, seu caule tenso que ferve.
Sou deus sob sua sombra
Que esmaga a loucura de meu ventre.
O fogo que é teu me incendeia.
O mundo nasce das fendas arrebatadas,
E dos espasmos encontrados
No caminho dos nossos crepúsculos.

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