14 novembro 2010

"INACRIATIVIDADE"


Deitado em meu leito de morte
Há meses sem nada escrever
Não cicatriza o meu corte
Navalha da "inacriaticvidade" do meu ser

Sinto que a vida irá esvair-se
Quando a inspiração acabar
Escutarei berros no ar
E tomará posse a mesmice.

Sinto toda pureza explodindo
O doce do mel foi-se à fel
Bocas banguelas sorrindo
Pintado de ocre o céu.

Sinto o poeta moribundo
Tentando achar no avesso do mundo
Sua força e vontade de viver.

Me acorde desse pensamento ruim
Que me veio em um estalo assim
Pesadelo que nunca irá ocorrer.

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