31 julho 2009

A Tecelã




Minha juventude parte com dentes cerrados.
Riscam meu nome do livro das armas.
Entrego-me às chamas rodopiando convulsa.
Língua acelerada lambendo um medo atávico.

Vou retorcida, esmigalhada pela foice negra.
Instalada em manto de morte abraço meu inverno.
Sigo na aridez da noite, que marca o fim das horas,
Evoco o começo de meu tempo de borboleta menina
E sou devorada pela luz das chamas.

A tecelã do destino sopra em meus ouvidos
Sua fúria invernal.
Deito nesse espaço preparado
E renasço numa nova vida,
Sem nunca ter entregado meu coração.

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