16 julho 2009

Cepa



Casulos da memória,
reflexos,
transtornos do aqui e do agora,
o que alimenta o homem
demora.
Curte a seco a carne esponjosa,
criptografa.
Em segredo disseca a alma
e retrai,
Sem apego trai no tempo,
contrai.
Andei por mais de duas horas.
Andei no sabor das promessas,
na inconstância
de um ledo sonho
obtido,
um dia.
Apagou-se-me nas entranhas da memória
o comprimento das falhas,
do traço do fardo
do humano saber,
da frequência dos sinais
da mandala.
Losângulos encarnados
semeei.
Crisântemos.
Carreguei as pedras das doze taipas
alucinadamente absorto.

O solo bruto, arei.
O solo estéril,
vincando o chão.
Cobri de plantas o final do mundo
de espinhos.
Sepultei bem fundo
todo o cosmo da razão.
Em fusão
eu fui sem ter sido
por vezes,
captando apenas
um lado obscuro.
Purguei os pecados do dia,
de dia,
descansando a noite,
quase sempre entre feras,
e entre elas,
por elas,
sem sossego.

Nenhum comentário: