Carpe o chão que te encerra, corre agora prá dentro de casa, assim como o gato, se isole. Faça sempre o que te pedem, te mandam, doutrinam, viva em tempos de esmola. Coma a sobra do que que esnoba o pão. Banhe o corpo em copos d'água, transpire como transpira um peão. Seja o lixo que ejacula. O lixo das gentes, das mentes, do chão. O cativeirao e a fúria, a força da ignorância que predomina e que rima com o combustível invisível, com a seiva que vaza dos cortes nos corpos dos delatores de plantão. Faça agora o que te ensinaram nas cruzes, nas mazelas, nos átrios, com o rabo entre as pernas, com as mãos. Faça com a boca traidora, com a língua, o pulmão. Seja o trapo que sujo e sedento pelos altos é acenado em adeus. Assim vindo do prelo, modorrento, morra e desperte, qual cisne, morra novamente, enrijeça, apodreça em azul. Faça de conta que eu nem sei o que sabes que eu sei, mas nada comente, não! Simplesmente faça e suma, desapareça!
Arquiteta que se descobriu com esclerose múltipla cujas sequelas a levaram a assumir as 4 rodas da cadeira como sua forma de mobilidade e locomoção. Isso abreviou minha atividade profissional e me aposentei em 2004. Mas essas mudanças limitaram minhas ações por um tempo, que já passou. Hoje participo de uma ONG para lesados medulares (cadeirantes como eu) - a LEME - que me possibilita participar do Conselho Municipal de Pessoas com Deficiência e também do Conselho Municipal de Assistência Social.
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