03 setembro 2009

Safa


Carpe o chão que te encerra,
corre agora prá dentro
de casa,
assim como o gato,
se isole.
Faça sempre
o que te pedem,
te mandam,
doutrinam,
viva em tempos de esmola.
Coma a sobra
do que que esnoba
o pão.
Banhe o corpo em copos d'água,
transpire como transpira
um peão.
Seja o lixo que ejacula.
O lixo das gentes, das mentes, do chão.
O cativeirao e a fúria,
a força da ignorância
que predomina
e que rima
com o combustível
invisível,
com a seiva que vaza
dos cortes
nos corpos
dos delatores de plantão.
Faça agora o que te ensinaram nas cruzes,
nas mazelas,
nos átrios,
com o rabo entre as pernas,
com as mãos.
Faça com a boca traidora,
com a língua, o pulmão.
Seja o trapo
que sujo e sedento
pelos altos
é acenado
em adeus.
Assim
vindo do prelo,
modorrento,
morra e desperte,
qual cisne,
morra novamente,
enrijeça,
apodreça em azul.
Faça de conta que eu nem sei o que sabes que eu sei,
mas nada comente,
não!
Simplesmente faça
e suma, desapareça!

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