01 setembro 2009

Domador de Dores


Desconfio do estranho
domador dos corcéis dos meus cabelos
nas rédeas dos meus ímpetos
encanta a dor das serpentes
proveu no cantil o veneno da getula
o bálsamo de mim e dos reis
desse jorro de sangue perolizado.

O domador
lapidou a bruta alma
em centenas de centelhas de diamantes.

A fúria
domou a dor
brotando da lama o lótus.



Desertou no meu corpo
que suplicava o néctar à minha cura.

Foi-se distante como o vento
que prendi nas vestes
e o engaiolei nas grades de bronze
dos porões inóspitos
do meu órgão pulsante
seivando quente as veias do estranho
que domou a dor
de todos os meus medos.

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