03 setembro 2009

*


Deixe-me...
Num tardar qualquer,
Neste improviso providencial,
Num ponto sem ponto,
Entre a loucura e o precipício,
Viro-me do avesso, acho-me talvez ...
Deixe-me...
Neste rumo abstrato,
Pelas margens do sem fim,
Vagando aleatório,
Nos confins da solidão,
Por certo algum eu, ainda haverei de achar...
Deixe-me....
Pelos tropeços da incerteza,
Quando ainda em sonho lhe imaginava,
Nos paraísos de meus passos,
A florir meus caminhos,
Sem conhecer o lado triste da ilusão...
Deixe-me...
Por fim neste bar de poucas luzes,
Embriagar meus sentidos confusos,
Tentando rever onde lhe perdi,
Ou simplesmente inventando,
Um jeito de viver sem você,
Ou somente deixando tudo assim,
Numa metáfora do destino,
Deixe-me...
Por instantes ainda senti-la,
Guardar no íntimo teu perfume,
Lembrar teu gosto especial,
Teus paradigmas essenciais,
Tuas virtudes plurais,
Deixa-me...
Por sempre tuas saudades,
Sem elas meu viver se esvai,
Torno-me oco de arrepio,
Um mero objeto sem sentido...


Nenhum comentário: