24 maio 2009



O azul carmim desbota ao tempo,
Segundos passam apressados,
Dois marujos bebem na margem do cais...
Aguardo o trem último chegar,
Ensaio pequenos versos...
Encontro momentos passados,
Tua foto sorrindo na roda gigante,
Nosso caminhar pelos pomares floridos,
Sinto o perfume das flores,
Sinto teu perfume chegando,
Vejo duas meninas abraçadas,
Percebo a lua cheia na clareira dos prédios,
As horas passam, os carros navegam pra longe,
A espera infinita me faz companheira,
Bebo uma dose recostado nas pilastras,
Pichadas,
Procuro seu nome...em vão...
Nossas marcas de outrora foram apagadas,
Corações românticos e juras de amor,
Ficaram na saudade da lembrança...
Meninos brincam de bola de papel,
Prostitutas vagueiam pelos cantos,
Fico imaginado você chegar...
De olhar feito brisa de verão,
Jeito tímido de riso da manhã,
Trazendo na bagagem teus sons a reboque,
Meia dúzia de versos líricos,
Todos lindos...todos absolutos...
Simples dizeres...profundos contrastes...
O trem último passa,
Pessoas se vão..somem na penumbra,
Não lhe vejo chegar...
O trem fica solitário...a estação fica vazia...
O silêncio parece um eterno infinito,
Vou caminhando sozinho,
Esboço um riso a deriva,
Talvez amanhã,
Você chegasse, no trem último...


noiTe

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