04 setembro 2006


Não há veneno na língua
Há cemitérios vazios
Nem a cobra mais vil
Guarda peçonha na língua

A língua é o mais impreciso
Dos instrumentos da verdade
Em lugar onde pomos palavras
Só se pode guardar mentiras

Não há palavras boas nem más
Há suicídios fingidos
Há mortes um pouquinho por dia
Há solilóquios vãos

Há um pouquinho de água
No fundo de um jarro ainda
Verdades existem na mente
E as traduzimos aos tropeços

TARLEY

Nenhum comentário: