08 novembro 2009

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Quando o dia não for mais dia,
E a flor que desabrochara na manhã,
Deixar cair suas pétalas ao vento,
E aquela gente toda apressada,
Na fila do trem lotado,
Naufragar nos bares obscuros,
E o sino que feliz anunciava
O raiar de mais um dia,
Estiver enfim adormecido,
Nesta hora por certo ainda estarei,
Pela janela de meu quarto sozinho,
Na espreita a esperar,
O despontar de teus passos miúdos,
Surgindo no silêncio dos horizontes,
Num andar sem pressa de chegar,
Sorrindo teus destinos indecifráveis,
Acenando-me num gesto quase despercebido do olhar,
Despertando o sabor de antigas paixões,
Esquecidas no musgo do cotidiano,
Fazendo-me crer ainda que tarde,
No sentido belo daqueles sonhos de criança,
Quando acreditava em amores e magia,
Quando sorria pequenos risos de viver...

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